31/05/2014

Capítulo 14 - Am I Dead?



  -Onde estou?- Disse Harry. Ele parecia dentro de um carro –Espera, esse é o posto de gasolina que eu estava antes de sofrer o acidente. E esse é o carro da Gemma! Eu voltei no tempo?- De repente, ele percebe uma mulher saindo da loja de conveniência –Gemma?- A irmã se aproxima do carro.

-Harry?- Diz ela.

-Oi Gemma.

-Mas para onde foi aquele garoto...

-Gemma, estou aqui!- Ele sai do carro. Mas a irmã nem olha para ele, era como se ela não o escutasse.

-Você viu algum garoto saindo daquele carro?- Ela pergunta ao frentista.

-Sim, ele foi naquele direção- Disse o homem.

-Obrigada.

   -Gemma, estou aqui!- Ela não o escutou e continuou andando em direção ao beco. Espera... se a Gemma está indo ao beco e Harry voltou ao tempo... então quer dizer que ela ia dar de cara com o estuprador! –Gemma, não!- Harry correu a sua frente, mas ela o atravessou, era como se ele não pertencesse àquele lugar, Gemma entrou no beco –Não, não! -De repente, Harry começou a escutar a voz de Demi sussurrando “Quem está morto?” “Quem está morto?” “Quem está morto?” Ele olhava para os lados procurando a fonte daquela voz, mas não encontrava. De repente, Gemma solta um grito e ele entende porque. A sua frente, ele podia ver o próprio corpo estirado no chão, mas o motivo da gritaria, era o fato de que o homem segurava um revólver.

-Você matou meu irmão?!- Exclamou Gemma.

   -Não, eu não matei, ele só está desacordado- Disse o homem –Mas não por muito tempo...- Ele dispara 5 tiros em Harry. Fazendo Gemma arregalar os olhos. A cabeça de Harry começa a doer, e a voz de Demi se intensifica “Quem está morto?” “Quem está morto?” “Quem está morto?” Harry sai correndo, a fim de se livrar daquela voz. Ao sair do beco, ele esbarra em alguém e cai no chão... Era Demi.

-Quem está morto?- Disse ela. Depois, ela dá um grande sorriso –Você está morto Harry.

                                                      29/06/2013, 05:31 – Casa do Harry

Harry acorda com a mão no peito, e com a respiração acelerada. O sonho foi muito realista.

Alguns minutos depois, ele recebe uma ligação do pai.

-Alô?

-Cara, a África do Sul está tão fria! Está tudo bem?

-Acho que sim. Sim... estão todos bem. Papai... você já viu alguma foto escolar da mamãe?

-Fotos? Tenho certeza que vi as fotos da cerimônia de graduação dela em algum momento do nosso noivado.

-Viu mais alguma foto? Você viu a foto oficial da graduação de terceiro período dela?

-Foto da graduação do terceiro período? Eu não sei se alguma pessoa faz cerimônia ao passar do terceiro período, mas não acho que tenha visto tal foto.

-É que eu fiquei sabendo que aquela foto era estranha. Que uma pessoa morta apareceu naquela foto.

-Onde você escutou uma história tão boba como essa? Além disso, pessoas mortas aparecendo em fotos é...

-Bem, é que...

-Espere! Agora que você disse... acho que já escutei uma história parecida há muito tempo atrás. Uma história sobre uma foto assustadora.

-Você chegou a vê-la?

-Não. Ela odiava aquela foto então a deixou na casa dos pais.

-Na casa dos pais?!

-Harry, tem alguma coisa estranha acontecendo aí?

-Não, nada. Estou apenas procurando algo para me distrair.

-Entendo. Sabe, Anne era uma mulher muito especial. Sou apaixonado por ela até hoje. Por isso, Harry, você é meu...

-Certo, certo, já entendi. Até mais.
                                                                           16:44
O telefone da casa toca.

-Alô?

-Harry, é Louis. Vá para a Ravenwood. Precisamos discutir um assunto.

-Ravenwood?

-É uma cafeteria que fica...

-Sim, eu sei onde é. Mas, hoje?

-Vamos lá! Hoje é sábado. Não me diga que... Você já marcou um encontro com a Demi?

-Tá, mas qual o assunto que você queria discutir?

-Precisamos conversar pessoalmente. Traga sua companhia consigo se já marcou um encontro. Este é um problema que envolve toda a classe.  Até mais, estou indo.

                                                              17:08 – Ravenwood Cafe

Harry entra no local, não havia quase ninguém ali.

-Harry!- Taylor o chama –Sente-se aqui.

-Taylor?

-O Louis te chamou, não foi?

-Bem...

-Sente-se.

-Ele também te ligou?

-Sim. Só vim porque ele disse “este é um assunto que envolve toda a classe”. Eu jamais aceitaria um convite para sair vindo daquele garoto. Louis me contou sobre o ocorrido há 15 anos atrás, e sobre sua mãe, Harry.

-Compreendo.

-Sim. Esse é meu colega de classe, Harry.

-Então você é amigo do Ni. Obrigado por cuidar de meu irmãozinho- Ela sorri.

-Como?- Pergunta ele confuso.

-Sou a irmã mais velha do Niall. É um prazer conhece-lo.

-Oh, sim. É um prazer conhece-la também.

-Niall fala muito sobre você. Qual o seu pedido?

-Bem... vejamos...

-Entendo- Ela sorri e se afasta.

-Ei Taylor, o que você pediu?

-Um deltaexpresso.

-Café, chocolate, leite e leite vaporizado.

-Eu não tomo café. O gosto é muito amargo.

-O café aqui é diferente. Esta loja usa grãos importados do Brasil.

                                                                        17:16

-Obrigado pela sua paciência- Disse a garçonete pondo o pires na mesa –Espero que seja de seu grado.

-Confie em mim. Experimente- Disse Taylor. Harry toma um gole com os olhos fechados.

-Ele é amargo... mas também é doce... é saboroso.

-Viu?- Ela ri –Ei Harry...

-Sim?

-Por que não voltou para Boston?

-Não voltei porque seria o mesmo que fugir, além disso... Estou começando a pensar que sou a pessoa morta.

-Talvez você nunca tenha nascido.

-Como?

-Talvez, há 19 anos atrás, a morte da sua mãe tenha impedido seu nascimento. E agora, anos depois, você está estudando na classe 3.

-Ridículo... Isso é ridículo...- Taylor começa a rir.

-Você é tonto igual ao Louis!

-Ah, idiota.

-Não me leve a sério. Para ser sincera, cheguei a considerar tal possibilidade. Entretanto... –Ela estende a mãe para ele. Ele a olha confuso –Aperte minha mão- Ele obedece -Ainda tenho a sensação de que já lhe conheci. Não, a sensação de que já apertei sua mão em alguma ocasião.

-É sério?

-Não consigo me lembrar da ocasião. Mas a minha mão se recorda do toque da sua.

-Agora que mencionou. Também apertou minha mão no hospital. Havia algum motivo?

-Dizem que as mãos dos mortos são frias. Porém, duvido que isso seja verdade. Se fosse tão fácil distingui-los... –A porta do local abre.

-Sejam bem-vindos- Disse a garçonete.

-Desculpem amigos- Disse Louis. Ele trazia Niall. Ele ia se sentar ao lado de Taylor, que se levanta e vai para o outro lado, onde Harry estava sentado –Ora, seu ódio por mim é tão grande assim?

-Quer mesmo saber?

-Eu não me importo... Esqueça, hoje eu deixo passar.

-Qual é o assunto que vocês desejam discutir?- Perguntou Harry.

-Niall, fale.

-Sim- Disse ele –Já que existe uma chance da minha irmã perder a vida... Minha irmã é...

-É aquela gentil moça?- Perguntou Harry.

-Sim. De qualquer modo, não poderia ficar de braços cruzados.

-Você contou a ela?- Perguntou Taylor.

-Todos os detalhes. Minha irmã também estudou na Draconic. Ela sabe das regras da classe 3.

-Além disso, -Disse Louis –Angel nos deu uma informação surpreendente –A jovem garçonete se aproxima –Diga a eles.

-Um de nossos clientes- Disse ela –Se chama Brad, Brad Paisley. Eu já sabia que ele estudou na Draconic mas recentemente descobri que ele era da classe 3. Reuni toda a minha coragem e perguntei pra ele se o fenômeno havia se manifestado no ano em que ele estudou. Então ele disse: “A maldição daquele ano... Ela não foi minha culpa! Eu salvei a todos... salvei a todos! Eu precisava contar a todos... por isso, eu... eu deixei aquilo lá...”

-O que significa aquilo? O que ele deixou?- Perguntou Harry.

-Ele não conseguia lembrar. Perguntei em diversas ocasiões, mas ele nunca conseguiu se lembrar.

-Isso está te deixando curiosa, não está, Taylor?- Perguntou Louis.

-Será que esse tal de Brad conseguiu interromper o ciclo de mortes? E deixou uma pista de como fazê-lo em algum lugar?- Perguntou ela.

-Só pode ser isso. Logo, acho que precisamos conversar logo com esse tal de Brad.

-Sabe onde podemos encontra-lo, Angel?- Perguntou Harry.

-Não faço a menor ideia de como encontra-lo- disse ela.

-Então...

-Ei, Harry- Disse Taylor –Você não conhece uma pessoa que estudou com Brad ?
                                                 19:01 – Porão da Casa das Bonecas

-Entendo, -Disse Demi -então ele era colega de classe de sua irmã.

-Caso eu descubra um meio de contatar Brad, –Disse Harry –Você gostaria de vir comigo, Demi?- Ela balança a cabeça negativamente e caminha em direção a boneca do caixão –Você realmente foi o modelo de inspiração para se fazer esta boneca, não foi?- Disse Harry olhando para a boneca do caixão –Apesar de dizer que ela é sua outra metade, ela se parece muito com você.

-Esta boneca é baseada na filha daquela mulher que nasceu há 14 anos atrás.

-Porém ela nasceu prematura. Esta boneca foi baseada na imagem da filha que nunca pôde viver. Este é o motivo dela ser apenas minha metade, senão menos. A propósito,  precisarei viajar amanhã.

-Para onde?

-Meus pais desejam passar uns dias em nossa casa de veraneio. Não posso me recusar a ir.

-Por acaso fica fora de Nova Orleans?

-Sim.

-Você irá deixar a cidade?

-Apenas por um tempo. Voltarei a tempo de participar da excursão.

-Entendo...

-Ei, você encontrou a foto em que aparece a pessoa morta que sua mãe deixou na casa dos pais?

-Ainda não encontrei.

-Caso a encontre, poderia mostra-la para mim?

-É claro- Ela o entrega um pedaço de papel com um número escrito.

-Caso ocorra uma emergência, ligue para esse número.

-Esse é um número de celular? Um celular?

-Exatamente.

-É o seu celular?

-Sim.

-Você disse que odiava esses tipos de aparelhos...

-Eu odeio. É perturbador estar o tempo todo conectada aos outros através de ondas eletromagnéticas.

-Então, por que tem um telefone celular?

-Sou forçada a carrega-lo. Aquela mulher diz que é para minha própria segurança.

-Compreendo...

-A propósito.

-Você estava achando que era o morto?

-Sim.

-Suas dúvidas foram solucionadas?

-Bem... não...- Demi corre para trás da cortinas. Harry a olha de modo confuso, e a segue –O que é isso?- Ele se refere a uma caixa preta perto da cortina.

-É aí que colocamos as novas bonecas- Ele escuta a voz de Demi. Quando Harry abre a cortina, ele se depara com Demi deitada em um caixão, como se ela estivesse imitando a boneca, ela estava sem o tapa olho, ela tinha os olhos fechados. Ela aproxima o seu rosto do dela, fazendo a mesma abrir os olhos.

-Não se preocupe Harry- Diz ela calmamente –Você não está morto. Você não está morto, Harry.

                                                              ~~~~~~~~
Espero que tenham gostado beijos <3



30/05/2014

Capítulo 13 - It is Not Over Yet






   O professor começou a mover a faca em suas mãos, como se estivesse brincando com ela. Mas definitivamente não estava brincando, o objeto era afiado, e até brilhava. Todos começaram a entrar em desespero. Afinal, além do professor estar segurando um objeto cortante, havia ainda o fato de que o professor havia trancado a porta. Todos começaram a gritar.

-Professor Gylenhaal, abra essa porta!- Gritou Gemma do lado de fora.

   Jake começa a movimentar a faca, como se estivesse em conflito com a própria mente, era como se as mãos tivessem criado vida própria. Para a surpresa de todos, ele enfia a faca na própria garganta. Respingos de sangue são atirados nos alunos que sentavam na frente. Todos estavam boquiabertos e com os olhos arregalados. Ele olhou para Harry e sorriu. O que era estranho para uma pessoa com uma faca atravessada no pescoço. O professor então força a faca ainda mais, fazendo uma grande quantidade de sangue jorrar pela sala, e segundos depois... ele cai no chão.

  A porta abre bruscamente. Gemma entra boquiaberta, e todos os alunos correm assustados para fora da sala. Algumas pessoas correram, outras ficaram vomitando. Conor entra na sala.

-Rápido! Saiam daqui!- Exclamou ele –Saiam todos! Srta. Styles, ligue para a polícia e para o hospital- Ela sai correndo. Harry permanecia na sala, ao contrário do resto da turma –Alguém ferido? Harry, você está bem?

-Eu estou bem...

-Harry- Dise Demi que estava atrás dele –Vamos embora.

-Certo- Ele segue ela em direção a saída.

-Acho que ignorar a existência de dois estudantes não funcionou...
                                                     10:32 – Pátio
Harry e Demi conversavam, Conor se aproxima.

-Perdão. Eu sabia que isso acontecer- Disse ele.

-Como?

-Horas antes, Jake havia me dito que não aguentava mais. Acho que foi isso que ele quis dizer.

-Oh.

    -De qualquer forma, a polícia encontrou uma cena perturbadora na casa dele. Jake era solteiro e ainda morava com a mãe. Ela tinha uma idade avançada e estava doente. Eles a encontraram morta na cama. Ela havia claramente sido assassinada, o estado de saúde dela... o fenômeno da classe 3. Acho que todos esses problemas o fez enlouquecer e matar a própria mãe. Arrependido, ele decide se suicidar na frente dos alunos. O que será que o levou a tomar uma atitude tão extrema?

-Acha que a atitude dele foi resultado do fenômeno?- Perguntou Harry.

-Sim.

-Resumindo- Disse Demi –Você acha que ele foi levado a se suicidar pelo fenômeno?

-Acha que existe outra explicação?

-O ciclo de mortes não foi interrompido- Disse Harry.

-Mais pessoas irão morrer...
                                                   12:03 – Telhado

-Não havia nada que pudesse ser feito Harry, não fique assim tão deprimido- Disse Louis –Culpar-se não irá resolver a situação.

-É engraçado... até pouco tempo atrás você...

-É claro que partia meu coração te ignorar! Está a par dos fatos, não está?

-Sim, estou.

-Agora entende o motivo.

-É, entendo.

-Ei Demi, e você? Se sente aliviada?

-Sei lá... nunca achei essa situação um fardo...

-Você é mesmo muito estranha.

-Então é aqui que vocês estão- Disse Taylor aproximando-se deles. Ela entrou em Harry e Louis, empurrando Louis para longe.

-Ei, qual o problema? Não podemos falar com eles?

-Vocês dois podem voltar a “existir”, - Disse ela olhando para Harry e Demi -mas é melhor que estejam preparados.

-Como assim?- Perguntou Harry.

-Vocês são os culpados.

-Ei, isso não é...

Louis foi interrompido –É isso que as pessoas dirão. Você serão culpados pelos últimos acontecimentos. Tenho certeza que minha competência também será questionada.

-É verdade- Disse Harry.

-Qual é a sua opinião?- Perguntou Louis.

  -Apesar do que dizem,- Disse Taylor –Não creio que Harry possa ser responsabilizado. Ainda não acabou. O ciclo de mortes e meu trabalho como responsável pelas contramedidas estão apenas começando.

-É possível que os alunos tentem se esconder até as férias?- Perguntou Harry.

-Tenho certeza que sim- Disse Louis.

-Algumas pessoas já devem ter saído da cidade- Disse Demi.

-É mesmo?

 -Sim. Acontece todo ano. Algumas pessoas saem de Nova Orleans para passarem as férias em outro lugar.

-É tudo tão estranho... Mas Demi, você é a mais estranha de todos aqui. Você fala como se não estivesse preocupada com a vida.

-Falo?

-Será que você é a pessoa morta?

-Louis, você também pode ser o morto.

-Eu? De jeito nenhum. Não fale isso nem brincando.

-Será mesmo?- Demi estava brincando, porém ele não havia percebido.

-Não, não, não! Eu não me lembro de ter morrido! E sem querer me gabar, mas lembro-me de cada detalhe de minha infância- Todos começam a rir.

-Mas o morto não sabe que está morto...

-Ei! Isso é impossível... eu não...- as risadas se intensificam.

-Eu estava brincando tonto- Demi dá um leve tapa na testa dele.

-Honestamente eu não sei como vocês pensam em brincar em uma situação dessas.
                                                  14:36 – Biblioteca

Demi e Harry entram com que Taylor sai.

-Você parece estar bem- Disse Conor.

-Obrigado- Disse Harry -O que Taylor fazia aqui?

-Como responsável pelas contramedidas ela geralmente me procura para obter informações.

-Compreendo.

-Ela é forte e auto-confiante. Mas o desafio que ela está enfrentando... Tenho pena dela- Ele enxuga uma lágrima solitária –A propósito, a Senhorita Styles veio me visitar.

-A Srta. Styles?

-Ela sabe de meu passado e desejava discutir uma coisa comigo. O que trás vocês aqui?

-Viemos perguntar sobre 15 anos atrás, quando o ciclo de mortes foi interrompido.

-Houve apenas uma ocasião nos últimos 25 anos em que o ciclo foi interrompido. Excluindo a morte de Anne, que eu desconhecia, ocorreram 7 mortes àquele ano. Quando Anne morreu?

-No mês de julho. Então... isso significa que o ciclo foi interrompido no mês de agosto?

-Sim. Olhe as datas das mortes de agosto.

-Nove de agosto...

-A classe havia feito uma excursão no dia 8 de agosto.

-Uma excursão?- Harry se lembra do que a irmã disse “Acho que alguma coisa aconteceu na viagem de férias...” –Então, dois estudantes morreram na excursão?

-Sim.

-Além disso, está dizendo que alguma coisa que aconteceu na excursão interrompeu o ciclo de mortes?

-É o que parece. Perceba que não há nenhum nome na categoria “morto”. Nunca descobrimos a identidade da pessoa morta naquele ano.

-Por que o ciclo foi interrompido?- Perguntou Demi.

-Não sei. Eu só sei que os estudantes visitaram a Paróquia De Saint’ Anna, foi um local usado pela inquisição, várias bruxas foram queimadas lá. Diziam que demônios, bruxas e outras criaturas “malignas” não podiam entrar ali, porque o local era sagrado.

-Uma Paróquia?

-Um templo muito antigo localizado na metade da trilha para o topo do Monte Orleans. O alojamento dos estudantes fica no pé da montanha.

-Então, se visitarmos o tempo...

-Os alunos já tentaram voltar ao templo nos anos em que o ciclo de mortes se manifestou. Entretanto, o ciclo não foi interrompido.

-Está dizendo que o templo não está relacionado à interrupção do ciclo?

-Não, não foi o que eu disse. Talvez só funcione se o visitarmos no mês de agosto com um grande número de pessoas. É claro que também não podemos descartar o fato da possibilidade de interrupção do ciclo estar relacionada a outra coisa que não seja o templo. Este foi o assunto de minha conversa com a Senhorita Styles.
                                                              14:31 – Sala 3

-Pode parecer repentino –Disse a Senhorita Styles –Mas, iremos realizar uma excursão entre os dias 8 e 10 de agosto. Peço que planejem sua participação nesse evento escolar com antecedência. Vocês receberão mais informações no decorrer dos próximos dias. Creio que não preciso distribuir formulários de participação, todos são adultos aqui.

-Eu tenho uma pergunta!- Louis levantou o braço.

-Sim?

-Vamos nos estabelecer em uma pousada ao pé do Monte Orleans, mas o motivo principal da nossa ida... é visitar a Paróquia Saint’ Anna.

                                                                    ~~~~

Espero que tenham gostado, e até amanhã ou mais tarde ;)


                                                                   saudades :(

27/05/2014

Capítulo 12 - Past

                                   



                               08/04/2013,14:40 – Telhado da Universidade

-Sabe, Demi, desde que... você sabe, estamos nessa situação, até que estou tendo de diversão- Disse Harry.

-É?

-É. Por exemplo, agora no intervalo, podemos vir aqui em cima sem que ninguém reclame conosco, porque não existimos.

-Entendo.

-Nunca pensou em fazer uma loucura?

-Uma loucura?

-Uma loucura aqui na escola. Ninguém pode lhe ver. E se a gente começasse a dançar na sala? Seria legal- Demi ri.

-Definitivamente seria estranho.

-Acho que seria legal, e ninguém ia nos ver mesmo, afinal “não existimos”- Harry tira biscoitos da bolsa –Você é boa em cozinhar?- Ela nega –A Penelope cozinha pra você?

-As vezes, quando ela tem vontade. Mas pra falar a verdade, ela também não é boa.

-Bem, eu sou bom cozinheiro.

-Sério? Que estranho para um garoto.

-Eu sou bom cozinheiro desde o fundamental, estive no clube de culinária.

-Então, eu quero que você prepare algo para mim algum dia.

-Certo... algum dia. A propósito, você já terminou o desenho?

-Praticamente.

-Deu asas a ela?

-Dei. Um dia eu te mostro.

-Ok. Seu hobby é desenhar?

-Acho que prefiro apreciar arte do que praticar. Na maior parte do tempo fico olhando livros de arte. Tenho muitos em casa.

-Já foi em algum museu?

-Não preciso ir a museus, moro em Nova Orleans, a cidade é um museu gigante.

-Deveria vir para Boston algum dia. Há várias museus lá. Nós podemos visitar algum. Serei seu guia.

-Claro... algum dia.


E assim se seguiram os dias, Harry e Demi juntos na maior parte do tempo. Parece que ser inexistente já não era mais algo ruim, porque agora eles tinham um ao outro. As mortes cessaram, então provavelmente a calamidade havia parado.
                                         07/05/2013, 13:33 – Sala do Clube de Arte

Sendo seguida por Harry, Demi abre a porta da Sala, sendo recebida calorosamente.

-Demi!- Exclamou Madison –Quanto tempo! Achei que você havia desistido do clube.

-Eu precisava de um tempo, esse é meu amigo Harry.

-Olá- Harry a cumprimentou.

-Prazer em conhece-lo.

-Vejo que Niall não mudou...- Disse Demi observando o desenho sombrio de uma caveira.

-Falando no diabo!- Disse Madison quando Niall entra na sala. O loiro faz uma expressão de susto ao ver Demi.

-Ei pessoal!- Disse ele –Vocês poderiam vir aqui fora por alguns segundos? Nós precisamos fazer algo.

-Mas a Demi veio nos visitar e...

-Venham, logo- Niall puxa o braço da garota.

Harry olha para Demi rindo.

-Você não pode falar nem com as pessoas do clube de arte?- Perguntou ele.

-É claro que eu posso, o Niall que é paranoico- Eles riem.
                                             
                                                 15:02 – Biblioteca

-Qual é a sua mãe?- Perguntou ela olhando para o livro de fotos.

-Essa daqui- Ele apontou.

-Oh, Anne, não é?

-Sim. A propósito, o professor deles naquela época...

-Ele estava diferente, não?

-Era o Conor?

-Sim, ele mesmo.

-Ah, dois de vocês aqui hoje- Disse Conor entrando na sala.

-Agora existem dois não-existentes- Disse Demi -Nossa, agora que eu falei, eu percebo como a frase é estranha.

-Entendo. Você entende a situação agora, Harry?

-Maior parte dela- Disse ele –Boa parte ainda é confusa para mim.

-Realmente é difícil de acreditar, mas é verdade. Esse fenômeno está realmente acontecendo nessa cidade... nessa escola.

-Você era o professor da classe 3 há 26 anos, não era? Foi assim que conheceu minha mãe?

-Isso mesmo.

-Você pode ficar sem nos ignorar?

-Não tenho nenhuma relação com a classe 3 dessa vez. Pode-se dizer que estou em uma situação segura.

-Então quem está em perigo?

-Os alunos da classe 3, e seus familiares, dentro de dois graus de separação, e eles devem morar em Nova Orleans.

-Dois graus de separação significam pais, avós e irmãos? Se eles tiverem que morar em Nova Orleans, então quer dizer que qualquer um que sair da cidade estará seguro?

-Sim. Pense como se fosse um aparelho celular fora de área.

-Por que você tem que ficar aqui?

-Eu nunca feri ninguém. Nunca... parece idiota pensar desse jeito agora,  mas isso acabou sendo o gatilho que abriu a porta para a morte. Eu fui o responsável por isso, é por isso que fico na escola, mesmo como bibliotecário, porque metade disso fui eu que causei, e honestamente não quero fugir disso.

-Fugir?

-Metade de mim foi esmagada pela raiva. Mas a outra metade estava dominada pelo medo. Medo de morrer. Por isso fugi.


-Professores também morrem?

-Somente professores de classe e assistentes.

-Como era a Demetria que morreu há 26 anos atrás?

-Demetria? Não havia Demetria na sala, era um garoto chamado Dimitri.

-Dimitri?

-É, eu acho que as pessoas foram mudando o nome com o passar do tempo, mas a pessoa da lenda é um garoto, eu lembro bem, afinal, Eu era o professor. Uma noite em maio, a casa dele pegou fogo. A família dele toda morreu, os pais e também um irmão.

-Você viu a fotografia que o fantasma de Demetria... digo, Dimitri, apareceu?

-Claro que vi.

-Você a tem?

-Não. Aquilo me aterroriza pra ser sincero.

-E quando dizem que os registros da escola são alterados de alguma forma...

-É verdade- Conor pega um grossa pasta que estava no topo de uma prateleira –Aqui estão as cópias de todas as listas de classe. 26 anos de listas. De 87 até agora. As pessoas com um “X” vermelho no nome, são as pessoas que morreram naquele ano. Veja na lista de dois anos atrás, vê esse nome escrito embaixo?- Sob a lista havia o nome “Ashley Michelle Tisdale” de caneta azul.

-Sim.

-Foi ela que morreu naquele ano.

-Então sete pessoas morreram em 2011? Não é muito, é?

-Isso porque o plano de tornar uma pessoa inexistente funcionou. Depois dele ter sido implantado, ninguém mais morreu. Porém, logo depois do segundo período, o aluno que foi escolhido como não-existente renunciou o papel, ele não suportou a pressão e o isolamento, então, ele exigiu que as pessoas o reconhecessem, e todos passaram a trata-lo normalmente.

-E assim começou...- Murmurou Demi.

-Sim. Até onde me lembro, o nome dela estava na lista de 2011. Mas não estava na lista de 2008. Havia desaparecido.

-Ambos os nomes e o “X” ?

-Como vê, quando o fenômeno está ativo, procurar nos registros é inútil.

-E as memórias das pessoas também são alteradas, certo?

-Exatamente. Então, no fim do ano, quando o falecido desaparece depois da formatura, os registros voltam ao normal, revelando o aluno extra. Além disso, todas as lembranças dele como falecido são perdidas. Tudo é esquecido.

-Os registros e as memórias voltam ao normal?

-Não compreendo a lógica por trás disso. Já desisti de tentar compreender, mas é isso que acontece. Só há uma contramedida para isso que parece ser efetiva: negar a existência de alguém da sala.

-Qual a taxa de sucesso?

-Cerca de 50%. Em alguns anos funciona, em outros falha. Em alguns anos fica claro porque falhou, mas em outros é desconhecido.

-Isso é terrível...

-Não é uma maldição. Nenhuma maldade é encontrada. Ocorre naturalmente como um tufão ou um terremoto.

-Ter duas pessoas não-existentes será mais efetivo?

-Não sei dizer. Não há nada que garanta que a calamidade irá parar.


-Oh.

-A Senhorita Styles era a professora da classe 3 em 2011?- Perguntou Demi.

-Oh, você tem razão.

-Ela já passou muita coisa- Disse Conor –Fazer ela trabalhar aqui de novo...
                                           15:34 – Lado de fora

-Por hoje é só- Disse Conor.

-Adeus Conor- Disse Demi se afastando.

-Até mais.

-Só mais uma coisa- Disse Harry -Em 1998, 15 anos atrás, foi um ano em que isso aconteceu?

-15 anos atrás? Creio que sim.

-Como pensei...-

-Ah, é verdade. Foi o ano da Rei.

-Rei?

-Era o apelido de infância da Gemma, ou Senhorita Styles- Conor dá uma risada -pegue fotos antigas dela, e você vai ver que ela se vestia no estilo tomboy, e ela sempre teve um ar de superioridade, por isso, Rei. Então quer dizer que Anne estava em Nova Orleans na época?

-Mas a Gemma já estudava aqui

-Como?

-Ela nunca lhe contou que ela repetiu?

-Não.
                                            20:37 – Casa do Harry

-Me desculpe Harry, me desculpe- Disse Gemma –Não havia nada que eu pudesse fazer.

-Mamãe morreu, 19 anos atrás, como parte da calamidade da classe três?

-Não sei.

-Minha pobre Anne...- Disse o avô de Harry –Minha pobre Anne... Minha pobre Gemma também...

-Não diga isso querido. Vamos dormir- O papacorvo começou a ficar extremamente agitado.

-Alegre-se! Alegre-se!- Gritava ele.

-Francamente não sei o que aconteceu com a mamãe- Disse Gemma –Mas eu creio que a calamidade havia parado naquele ano.

-Sério? Por que? Como ela parou? Como vocês pararam a calamidade? Por favor Gemma, me diga.

-Não consigo me lembrar.

-Por favor Gemma, tente se lembrar de alguma coisa, qualquer coisa. Você não faz ideia da ajuda que estaria me dando.

-Acho que alguma coisa aconteceu na viagem de férias...

-Férias?

-Não me lembro o que foi. Mas eu sei que algo aconteceu. Me desculpe Harry. É só o que lembro.
                                                  29/05/2013, 10:39 – Classe 3
Todos estavam a espera do professor Gylenhaal, ele estava atrasado. Ele entra na sala cambaleando, e tinha um olhar estranho, cheio de melancolia. Ele tranca a porta, depois joga a sua pesada maleta sobre a banca.

-Bom dia Classe- Diz ele –Hoje, eu devo me desculpar de todos. Eu preciso...- Ele começa a chorar –Eu fiz tudo que eu podia para que vocês pudessem concluir o terceiro período com saúde. Fiz tudo que estava ao meu alcance para que isso acontecesse. Mas tudo que ocorrer daqui pra frente é com vocês- ele abre a bolsa e começa procurar algo nela, todos ficam apreensivos, porque com a expressão que ele tinha nos olhos, definitivamente, não era algo bom que ele iria pegar –Agora que começou, é com vocês. Não sei se resistir ajuda de alguma forma, não esperem... não esperem que eu lhes ajudem. Mas acredito ser inútil falar isso agora. Ah!- Ele retira uma faca enorme de dentro da bolsa. Todos arregalam os olhos. O que ele iria fazer com aquela faca?

                                                            ~~~~~~

Espero que tenham gostado.
beijos



23/05/2014

Capítulo 11 - completamente sozinho

desculpem os erros nesse capítulo, e espero que gostem. (Pra ser honesto o cap. em si ta meio parado, porém, essencial) x-x                                    




                                   05/04/2013 08:56 – Fora da Universidade

Harry caminhava em direção ao portão de entrada, quando encontra Demi. O que era raro, porque ele nunca a encontrava.

-Bom dia Demi- Disse ele.

-Sabe, eu nunca disse a você que poderia me chamar de Demi, eu lembro que você perguntou, mas eu não respondi- Disse ela.

-Ué, não gosta de Demi? Prefere que eu lhe chame de Demetria? Não acha Demetria muito comum, não?

-Não, Demetria não é um nome comum.

-Na minha opinião é. Tipo... a aluna que morreu há 26 anos se chamava Demetria. É verdade, ela tinha o mesmo nome que o seu. Juro que isso me confundiu, eu achei que você era a aluna de 26 anos atrás.

-O nome dela era Demetria Smith, eu acho. Quantas Demetrias, não?

-É.
                                                                    09:01 – Sala 3

-Pensei que não fosse acontecer esse ano- Disse Louis –Na cerimônia de abertura tínhamos o número perfeito de alunos.

-É- Disse Taylor –Mas quando o aluno novo chegou ficou faltando uma.

-Então, pode começar com um mês de atraso?

-Parece que sim- Disse Liam –Então...

-A propósito, você verificou ele, não? Como foi?

-Não acho que seja ele- Disse Taylor.

-Como sabe?

-Ele nunca morou em Nova Orleans. Não tem irmãos.

-A Senhorita Styles não é irmã dele ou tia, ou algo dele?- Perguntou Louis.

-Eu perguntei a ele, mas ele negou. Acho que eles terem o mesmo sobrenome é só coincidência.

-Mesmo que ele esteja mentindo, há ainda outro fato. As mãos dele... elas não eram frias. Enfim, eu acho difícil que seja ele.
                                                                  18:34 – Casa da Demi

-Por que ninguém me contou?- Perguntou Harry.

-Você já havia falado comigo. Isso tornou difícil para eles tocar no assunto- Respondeu Demi.

-Ei, tem outra coisa que eu queria perguntar. Tem algum motivo especial para a sua banca ser a única velha e descuidada da sala?

-Faz parte da regra. Acho que serve de alguma forma na superstição.

-Eu vi a frase “quem está morto?” nela. Foi você quem escreveu?

-Foi. Afinal, eu sei que não estou morta, por isso eu me pergunto, quem está?

-Você sabe quem é?

-Bem...- A porta do apartamento se abre. Era a mãe de Demi –Esse é meu amigo Harry.

-Seja bem-vindo- Disse “Penelope” seja lá qual seu nome –Perdoe-me pela intromissão. Ele é um amigo de classe? Ou colega do clube de arte?

-Ele também é um cliente da galeria lá de baixo. Ele gosta muito dela.

-Ah sério? Esse é um interesse incomum para um rapaz. Você gosta de bonecas?

-Bem, eu...

-Você deve ir embora agora Harry- Disse Demi.

-Oh, certo.

-Estou indo com ele mãe.

-Ah, claro. Sinta-se livre para vir quando quiser, Harry.
                                                          
                                        19:09 – Arredores de Nova Orleans

-Você é sempre assim?- Perguntou ele.

-Assim como?- Disse ela.

-O modo como você trata sua mãe. É como se vocês nem se conhecessem

-Nós quase sempre nos tratamos dessa maneira. Como é sua família?

-Não tenho mãe. Ela morreu logo depois que eu nasci.

-Entendi. Bem, isso é normal para nós. Eu sou apenas mais uma das bonecas dela. A boneca mais bonita, convenhamos- Ele dá uma risada.

-Mas que convencida. Então todas as bonecas da sua mãe são extremamente bonitas...- Ela sorri –Mas isso é horrível, quer dizer, você é filha dela poxa, carne e osso.

-Posso ser de carne e osso, mas não sou real... não para ela.

-Ela sabe da classe 3?

-Não, e não posso contar.

-O que ela diz por você faltar tanto na escola?

-Ela não liga, ou pelo menos não interfere. Exceto com algumas coisas.

-Que coisas? Agora eu sei o segredo da classe 3. Mas... como você aceita eles te usarem por causa de uma superstição?

-Não tinha outro jeito. Aconteceu que tinha que ser eu. Se não fosse eu, eu teria de seguir os outros e tratar alguém como se não existisse. E honestamente é melhor que seja eu a desprezada, já estou acostumada- Eles foram a um parque infantil e se sentaram em um banco.

-Por que eles decidiram fazer duas pessoas inexistentes?

-Acho que eles pensaram que a superstição não daria certo se pedissem para você me ignorar.

-Então, ao fazer com que duas pessoas não existam, eles fortalecem a superstição?

-Sim, isso também os poupou do trabalho de explicar pra você. É bem lógico.

-Mas não deixa de ser uma superstição. Tudo isso por uma superstição?

-Harry, eles estão desesperados. E você deveria estar também. Quando eles consideram que podem ser o próximos, eles agem dessa forma. Eles pegam pesado. Você acha que eles estão agindo de modo irracional?
-
Sim, eu acho.

-Não há garantia. Mas se há alguma chance de isso ajudar a evitar as mortes, não acha que vale a pena? É triste quando alguém morre, Harry. É muito triste.
                                                                  
                                                                     19:45

-Obrigado, e tenha cuidado na volta pra casa, nós dois estamos próximos da morte, afinal de contas.

-Eu ficarei bem- Ela retira o tapa olho e o fita –Eu já te mostrei isso antes, não mostrei?

-Sim.

-Perdi meu olho direito quando tinha quatro anos. Isso desenvolveu um tipo de tumor. Um dia, eu acordei e meu olho havia sumido. Minha mãe disse que um olho artificial normal não seria atraente, por isso ela fez um especial pra mim.

-Mas por que você o esconde com esse tapa olho? Pessoalmente, eu o acho muito bonito.

-Disseram que eu quase morri na cirurgia. Eu me lembro vagamente do que aconteceu na hora, acha que é possível?

-Fala de quase morrer?

-A morte não é gentil. É sombria, não importa o ponto de vista, e você está completamente sozinho...

-Completamente sozinho...

-Sim, mas não é muito diferente de quando se está vivo, é? Não importa quantos amigos possamos ter, no fundo estamos completamente sozinhos. Eu estou, minha mãe está... e você também está, Harry. E a Demetria também estava. A partir de amanhã, seremos do mesmo tipo.

-Oh, sim- Ela estende a mão para ele.

-Bem vindo ao clube, Harry –Ele aperta a mão.
                                  
                                                22:34 – Casa do Harry

O telefone de Harry toca.

-Cara, é muito frio aqui na África do Sul- Era o pai dele.

-Qual o problema com você?

-Ei, o que quis dizer com isso?

-Se está preocupado com minha saúde, saiba que estou bem

-Ótimo.

-Pai...

-Sim?

-A mamãe alguma vez já falou sobre lembranças dela na Universidade?

-Por que a pergunta?

-A mamãe estava na classe 3 no terceiro  período, não estava? Lembra de alguma coisa?

-Bem... não.

-Nada mesmo?

-Bem, ela me contava algumas coisas. Então a Anne estava na classe 3, você disse? De qualquer forma, qual a sensação de voltar para Nova Orleans depois de um ano e meio?

-Um ano e meio? Essa é a primeira vez que eu venho aqui desde que entrei na Universidade.

-O que? Tenho certeza que...- O pai dele ficou pensando por alguns segundos –Ah... é verdade. Sim, você tem razão. Engano meu –A ligação começou a dar interferência, e depois caiu.

Harry foi dormir. Na sua cabeça, três palavras se repetiam. Três palavras que estavam escritas na banca de Demi: “Quem está morto?”

                                                                   ~~~~~~
Espero que tenham gostado.
Acordo >> se tiver 3 ou mais comentários aqui eu posto o proximo cap hoje msm!!